segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Meu Pai

Humberto Mainenti
Da série "ACHADOS"
Escrito em 08/1983, no Colégio Santa Maria
mau humor rque eu fiquei am bem apropriado ao dia de hoje)

mau humor rque eu fiquei am bem apropriado ao dia de hoje)

Essa é uma redação feita por mim, em 1983 - então com 10 anos de idade -, por ocasião do Dia dos Pais. Notem que, naquela época, meu pai ainda era quase do meu tamanho... (Ha ha ha!) Notem ainda que algumas características permanecem intactas (em ambos, diga-se de passagem): o gosto por um docinho e a exuberante beleza! (Ha ha ha ha ha!!!)

Aproveitando que hoje é aniversário dele, aí vai a homenagem!

Para quem não entendeu a letra de menino de 10 anos, segue a tradução (ops! transcrição), com os erros e acertos originais:

"Meu Pai"

"Meu pai é baixinho, quase do meu tamanho, gordinho, como eu, gosta de doce, como eu, e é bonito, outra vez, também como eu.

Meu pai é legal, às vezes fica bravo, mas, isso passa!...

Gosto muito de sair com ele. Uma vez, saí com ele, e ele estava me dando todos os trocos, só um que não. Além dos Cr$ 348,00 de um monte de trocos, me deu muitos presentes.

Gosto muito dele, às vezes brigamos, mas, é só por uma noite.

Enfim, o que eu acho, é que José Nelson Torres de Souza, é o melhor Pai do mundo.

Seu filho:

Humberto Mainenti de Souza

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Personagens urbanos

Humberto Mainenti

Toda cidade tem os seus personagens. Aquelas figuras conhecidas, que todo mundo já viu ou ouviu falar. Belo Horizonte não é diferente. Aqui também existem / existiram "personagens" - sejam pessoas comuns ou figuras lendárias - que são assuntos recorrentes nas rodinhas de amigos. Que tal relembrarmos alguns deles?

Começo citando algumas famosas "lendas" de BH, que não poderiam ficar de fora de uma prosa como esta: quem não se lembra da Loura do Bonfim ou do Capeta do Vilarinho? A primeira - diz a lenda - assombrava os desavisados que transitavam pelas redondezas do cemitério que tem o mesmo nome, na região central da Capital, há algumas décadas; o segundo, exímio dançarino, dava o ar de sua graça nos bailes da Quadra do Vilarinho, na região de Venda Nova, no início dos anos 90. Vasta "literatura" sobre estes dois personagens pode ser encontrada pelos interessados no assunto.

Mas não é sobre estes que eu quero falar. Relembrarei aqui das pessoas comuns, de carne e osso, famosas ou não, mas sempre presentes na vida do belorizontino. Dentre estas, a mais famosa talvez seja Lacarmélio Alfêo de Araújo, cidadão que, há pelo menos 15 / 20 anos (calculo eu), vende, nos semáforos da Capital, o gibi Celton, criado, editado e produzido por ele mesmo. Quem nunca viu aquela peça rara, de terno e, invariavelmente, algum outro adereço esdrúxulo, pulando entre os carros de algum sinal de BH?! E os títulos dos gibis?! "O combate da sogra com o Capeta"... E por aí vai!... Até no Jô Soares o cara já foi! Se não conhece, recomendo! Sou leitor assíduo!

Por falar em terno, quem transita pelas avenidas da região Centro-Sul da cidade, certamente já viu o Marcelino de Souza. Não conhece o nome? Mas se eu falar do cara que vende panos (daqueles de limpeza) nos sinais de trânsito, trajando impecáveis ternos, sob o sol de trinta e tantos graus das nossas tardes de Primavera, você vai se lembrar, né?!

"Faaaaaaaaaaacaaaaaaa; teeesooooooooooouura; aaaaaalicaaaaaaaate de uuuuuuuuuuunha!!!!! Ooooolha o amoooooladooooooooorrrr!!!!!" Duvido que alguém que reside ou trabalha na mesma região Centro-Sul nunca tenha ouvido esta ladainha! Este é o improvável amolador de facas que, com seu carrinho, percorre as ruas de uma das regiões mais nobres da Capital. E o que é mais incrível: tem clientela!!!

E o Raul?! Aquele cara que andava pelas ruas, principalmente durante a noite, com uma bicicleta velha, toda emperequetada, seguido por um cachorrinho sarnento, cantarolando os clássicos do ancestral roqueiro brasileiro... Este, faz muito tempo que não vejo. Ainda está por aí?

A turma do Rock certamente se lembra da Tomate. Filha de mãe famosa, era figurinha certa em todo show de Metal em BH, principalmente nos da banda mineira Overdose, que era sempre recebida por nossa personagem com seu famoso brado: "Booooooozóóóóóóóóóóóó!!!!!!" - paixão incontida pelo grande Bozó, vocalista da banda, atualmente um dos mais conceituados tatuadores de BH.

Sem querer curtir com a desgraça alheia, registrarei aqui alguns que, pelo lado triste da vida, acabam marcando presença em nosso cenário urbano também: o primeiro é o cara que anda com uma cartolina amarela, onde escritos com pincel atômico informam: "Sou portador do vírus da AIDS etc. etc...." (acho que este anda por aí até hoje; exemplo de resistência...).

Tem também a velhinha que pede esmola na região central: não há quem não se apiede daquelas rugas e da carinha sofrida. Nem falar ela consegue direito... Mas experimente dar moedinha de baixo valor para você ver o que acontece!!! Ela joga tudo no chão e sai xingando e pisando duro!!!

E o gordão do túnel?! Aquele mendigo enorme, obeso, que ficava na região do Complexo da Lagoinha. Podre de sujo, normalmente envolvido apenas por uns poucos trapos, que mal cobriam as suas "vergonhas", era conhecido, por alguns, pela alcunha de Idi Amim. Este sumiu... Não sei o que foi feito dele... Alguns me disseram que foi recolhido por uma instituição de caridade. Outros afirmam que ele morreu.

Quem morreu mesmo (e pela segunda vez, inclusive! He he he!) foi o Zé Gomes. Este era um senhor (bem no estilo "preto véio") que andava pelas ruas da região do Jaraguá, se oferecendo para capinar lotes, aparar grama de jardins, essas coisas. Aprontava das suas, mas era fácil de lidar e as pessoas acabavam ajudando. Uma ocasião, correu a notícia de que ele tinha morrido. Todos sentiram; não sabiam sequer se ele tinha parente ou alguém para olhar por ele. Até que, um belo dia, eis que vejo (eu mesmo, "com esses óio que a terra há di cumê"!!!) o Zé Gomes andando pela rua. "Sombração" danada!!! Durou ainda mais alguns anos; depois morreu de verdade.

Antes de terminar, queria relembrar um que não é de BH, mas cuja figura me faz rir até hoje: trata-se do Juquinha (acho que era esse mesmo o nome), um desses "doidinhos" do interior... Este andava pelas ruas de Bambuí, nos idos anos 80, com uma metade de bola de capotão fazendo as vezes de chapéu e com o enorme barrigão de fora. Detalhe: ele andava "pelas ruas" mesmo! Em suas alucinações, fingia que dirigia um caminhão: fazia manobras, gritava com seus companheiros imaginários, xingava outros motoristas... Uma peça!

Bom... Não me lembro de mais ninguém no momento. E você, se lembra de mais alguma dessas figuras? Deixe aí o seu comentário!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Uma viagem por texturas e objetos

Humberto Mainenti

Não é texto, mas são texturas. Então tá valendo!









































sábado, 21 de novembro de 2009

Repassando crenças e convicções

Humberto Mainenti

Com a virada de mais uma Primavera, aproveito para repassar algumas crenças e convicções. Vamos lá:

- Em primeiríssimo lugar: "Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".

- O Universo é muito mais complexo do que imaginamos. Nós, humanos, somos tolos em pensar que "comandamos o mundo".

Passadas as coisas de cunho espiritual, vamos ao que é mundano:

- O AC/DC continua fazendo o melhor Rock do mundo! Não à toa, estou ouvindo os "australiano véio" enquanto escrevo.

- Meu carro preferido no mundo continua sendo o Pajero (a espetacular Rural evoluiu e gerou seus "filhotes"). Feliz o homem que pode ter o carro que admira, mesmo que seja velho!

- Lazanha com Coca-Cola continua sendo a combinação mais perfeita do planeta. Um doce de leite com queijo na sequência fecha a refeição ideal.

- Tecnologia é uma benção! E tem gente que fala que Coca-Cola que é viciante!...

- Continuo querendo uma casa no campo. Mato é tudo de bom!

- A emoção de estar dentro de um carro de rali, a muitos quilômetros por hora, numa estrada de terra, é uma das coisas mais fascinantes que existe!

- Sou absolutamente fascinado pela Antártida! Devo confessar: deixaria qualquer coisa pela oportunidade de morar um tempo lá!

- Vou usar o termo "fascínio" outra vez: montanha é outra coisa que me fascina. Não há nada que me passe maior sensação de poder, majestade e imponência que uma montanha.

- Voltando à música: continuo achando The Cure e The Smiths as bandas mais chatas que existem. Não me esqueço nunca do episódio de Beavis & Butthead, em que eles malhavam um clip do The Cure. Fui ao delírio!

- O Pateta, já há muito, é o meu maior ídolo. Quem me conhece, sabe que é verdade. Honesto, boa pessoa e, no final, sempre se dá bem, mesmo com todos tentando f*@#*! com ele. Aquele célebre episódio dele no trânsito... Bom; deixa pra lá...

- Gosto de cachorros. Detesto gatos. Agora... Tem animal mais absolutamente calmo e sereno que a vaca?!?! Ainda vou ter uma! Adoro!

- Quero também um São Bernardo, o cão mais sensacional do mundo (talvez pelo seu jeitão meio "vaca" de ser). Se for macho, se chamará Tonhão; se for fêmea, Mafalda.

- O jogo de futebol mais legal que eu já vi foi Taquaritinga X Inter de Limeira, pela Série C do Paulistão, num ano desses aí pra trás. Ficou 7 a 4, não me lembro pra quem. Eu gosto é de ver gol!!!

- A "Turma do Macarrão" ("é o cabelinho, cabelinho, cabelinho!") continua sendo a "The Best". Logicamente, tenho alguns outros (poucos) amigos de verdade, tanto quanto os da turma. Eles sabem quem são...

- Prezo muito minha família e acredito no Amor.

- O solo de "Stairway to Heaven" continua sendo um dos mais bonitos do mundo, para mim.

- Camiseta, calça jeans, tênis e um relógio (meia e cueca nos bastidores, lógico!). Além dos óculos - sinal dos tempos; acabou entrando para a lista recente e forçadamente -, não preciso de mais que isso.

- Adoro fotografar tudo! Herança da mamãe.

- Continuo sendo um dos únicos caras no mundo que nunca assistiu ao filme do ET. Sou um dos únicos, também, que não gosta de chocolate. Essas duas coisas juntas em uma só pessoa... Devo ser o único.

- O SUV é uma das invenções mais brilhantes do ser humano. Não troco por nada!

- Já vivi à base de Miojo. Acredite: é possível!

- Ninguém morre por não ter televisão.

- Não gosto de esportes radicais, como futebol, basquete, essas coisas. Vive machucando gente!

- Quando era pequeno (já fui um dia, por incrível que pareça!), queria ser motorista de caminhão. Hoje, este sonho evoluiu para uma forma mais específica: estarei realizado no dia em que pilotar um caminhão no Dakar (de preferência, no Saara mesmo).

- Aquela requete elétrica, de matar pernilongo, é uma das coisas mais importantes que a tecnologia nos proporcionou no passado recente! E custa 10 Reais, no sinal!!!

- "Nada que um pouco de violência não resolva." Cara... Essa filosofia, muitas vezes, resolve as coisas rapidinho! E olha que eu sou da Paz, heim!

Bom... Chega! Cansei!

Notem que não falei nada sobre Papai Noel, Gisele Bündchen, Acre, essas coisas. É que estou falando sobre crenças e convicções, e eu só acredito naquilo que possa "pegar".

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Hoje

Humberto Mainenti
Da série "LETRAS DE OUTROS TEMPOS"
Escrito em 07/08/1996 (mas bem apropriado ao dia de hoje)
mau humor rque eu fiquei am bem apropriado ao dia de hoje)

Hoje eu estava a fim
de fazer uma canção
em homenagem a alguém
muito legal.

Algo assim meio falando
de amizade, de amor,
e de carinho e etc.
e tal.

Mas hoje aconteceram
algumas coisas que só me
entristeceram, me deixaram
meio mal.

De modo que hoje não vai dar para
compor porque eu fiquei num
mau humor sobrenatural.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Retrato de mãe

Dom Ramón Angel Jara
Bispo de La Serena - Chile
(Escrito em um álbum)

Hoje peço-lhes licença (por favor!!!) para publicar um texto que não é de minha autoria. Vasculhando uma velha caixa com "guardados" da minha mãe (ou do meu pai, não sei ao certo), encontrei um velho papel datilografado, com esse texto. A data em que foi escrito não é apresentada. A tradução é creditada a Guilherme de Almeida e os destaques originais (e os erros também) foram mantidos.

"UMA simples mulher existe que, pela IMENSIDÃO DE SEU AMOR, tem um pouco de DEUS; e pela constância de sua DEDICAÇÃO, tem muito de ANJO; que, sendo MOÇA, pensa como uma ANCIÃ e, sendo VELHA, age com as forças todas da juventude; quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os SEGREDOS DA VIDA, e, quando SÁBIA, assume a simplicidade das crianças; POBRE, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e, RICA, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos; FORTE, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e, FRACA, entretanto se alteia com a bravura dos leões; VIVA, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam, e, MORTA, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para VÊ-LA DE NOVO, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o NOME DESSA MULHER, se não quiserem que ensope de LÁGRIMAS este álbum: porque eu a vi passar no meu caminho. Quando crescerem seus FILHOS, leiam para eles ESTA PÁGINA: eles lhes cobrirão de BEIJOS A FRONTE: e dirão que um pobre viandante, em troca de suntuosa Hospedagem recebida, aqui deixou para todos o RETRATO DE SUA PRÓPRIA MÃE..."

É... Porque eu a vi passar pelo meu caminho. É isso aí.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Falando de amor

Humberto Mainenti

O ser humano é classificador por natureza. Tudo e todos ele classifica, e esta mania atinge também - e principalmente - o mundo da música. Isto é moderno, aquilo é antigo; este é in, aquele é out; este é antenado, aquele é brega, e por aí vai...

Mas, quando o assunto é amor, todo mundo é igualzinho! Já repararam? Para este tema, não tem brega, não tem poeta, não tem romântico nem roqueiro... É tudo a mesma coisa!

Ponham reparo: lembram-se da explosão de amor de John Bon Jovi no refrão de "I'll be there for you"? Ele dizia: "When you breathe, I wanna be the air for you!!!" (quando você respirar, quero ser o ar pra você). Esta frase poderia perfeitamente ser parte de "Cama e mesa" (eu quero ser sua canção, eu quero ser seu tom...) do Roberto Carlos e do Erasmo Carlos, não poderia?

Vamos por outro lado; vejam estes versos:

"Eu sei que um dia você terá uma vida maravilhosa
Eu sei que você será como uma estrela
No céu de um outro alguém
Por que não poderia ser no meu?"

E aí? Quem se arrisca dizer de quem são? Seriam do Wando? Combinam... Seriam do Falcão, com esse leve toque corno?... Britney Spears ou Beyoncé?... Pode ser... Zezé Di Camargo e Luciano, talvez... Mas parece Dire Straits também...

Para quem não se lembrou ou não reconheceu, isto é o final de "Black", do Pearl Jam.

Até os nomes das canções se repetem! Alguém conhece "Can't stop loving you"? Espera aí: a do Ray Charles ou a do Van Halen?

Eu, particularmente, prefiro aqueles que falam de amor de maneira mais leve, otimista e alegre, como os caras do Living Colour em "I want to know":

"I'm very patient, baby
And I've got a lot of time
I can see a clear horizon
You and me standing side by side"

E você? É romântico? Brega assumidasso? Roqueiro mela-cueca? Não importa!

Se fosse dar asas à imaginação, iria longe com essa prosa. Mas o objetivo aqui é apenas dizer que não há nada mais universal do que o amor (ai, que lindooooo!...). Portanto... Let's love!!!

Ah! Depois me lembrem de lhes mostrar a minha versão sertaneja para "Sweet child o'mine" (afinal, é tudo a mesma coisa mesmo!...).